segunda-feira, 18 de abril de 2011

ENTREVISTA: JUBA GONZAGA

 

Júlio César Gonzaga de Araújo ou simplesmente: “JUBA”. Músico desde os 12 anos de idade, onde começou tocando Bateria e aos quinze anos violão e Contrabaixo, o qual até hoje é a maior paixão. Hoje executa também, cavaquinho e guitarra.

Nesta carreira teve grandes oportunidades, no começo com 12 anos tocou na banda do Pai “Musical 2 em 1” em Riachão do Jacuípe, terra natal, mudou-se para Queimadas–Ba onde tocou nas bandas: Cheiro de Fruta, Musical Bahia Show, Skema 5 e Orquestra El dourado. Mudou-se para Itabuna em 1996, tocou nas bandas Constelação, Impressão Digital, banda Intensidade, Fórmula do samba, Memé e os Internacionais e Banda Sollo, esta até hoje, como Sócio e diretor há 14 anos.

Faz trabalhos diversos e produções musicais em stúdios, de artistas como, Misael Ribeiro, banda Lordão, Banda Di fofoca, Banda Sollo, Seu Zuza, entre outros.

Hoje tem o trabalho voltado também para voz e violão que se apresenta juntamente com a esposa Uiára Oliveira.

Juba Gonzaga (1)

Visitem www.bandasollo.com.br

Juba Gonzaga (4)

AI – Você pode fazer um comparativo entre o tempo que você começou na música e os dias de hoje com relação a espaços para apresentação do músico da região?

JG - De uma maneira geral acredito que aconteceram mudanças naturais e prejudiciais, só pra ter uma ideia, em 1996 em Itabuna existiam quase 30 bandas formadas e muitos trabalhos individuais, além do mais somos afetados pela grande crise que atinge a cultura em nossa região de um modo geral. E hoje estamos ai, a lamentar a falta de músicos, muitos se obrigaram a sair de sua cidade pra poder sobreviver na capital ou em outros estados, que tem gerado essa perda irreparável por aqui, além do mais nossa classe vem sofrendo muito com a falta de incentivo, pois, foi estipulado, não sei por quem, um cachê aqui em Itabuna que muitos contratantes ainda insistem em baixar, que já é defasado faz um tempão. Todos tem o direito de reivindicar melhores condições e por que não temos? Será que é por falta de um sindicato? Ou por que muitos músicos não se valorizam como deveriam? Espero que um dia isso mude, pois, temos contas a pagar e obrigações a cumprir como todo mundo, e a nossa arte é um dom dado por Deus, merece respeito.

AI – Embora com um bom número de bons músicos na região, o que falta para movimentar mais ainda a arte grapiúna?

JG - Acho que falta um representante na câmara que lute pela cultura, apresentando projetos que desperte o interesse dos jovens pela musica dando–lhes oportunidades e movimentos culturais para que se possam descobrir novos talentos. Acho também que os bares deveriam em parceria com os meios de comunicação e a FICC divulgar, gerar incentivo financeiro e montar uma melhor estrutura física, para que nós músicos tenhamos a condição de ampliar nossas apresentações com mais músicos contratados, para que todos fiquem satisfeitos e curtam um som diferente do habitual. “Há! E um SINDICATO”.

AI – Sem patrocínio, o músico precisa ser mais que músico, precisa ser gerente de sua carreira. O que o músico precisa fazer para conseguir tal coisa?

JG - No momento aqui é se contentar com trabalho na noite e nos bares, essa questão do patrocínio ainda não funciona por aqui, por que todo patrocinador visa algo que tenha retorno financeiro, mas isso é impossível quando não se tem público voltado para a cultura. Já toquei em varias apresentações no centro de cultura Adonias Filho e em eventos culturais, confesso que nunca vi publico superior a 30 ou 40 pessoas. Isso é decepcionante e gera prejuízos pra quem monta um show e têm suas despesas com som, iluminação, músicos etc. Acho que realmente falta tudo, principalmente o tal incentivo que venho enfatizando tanto.

AI – Os meios de comunicação dão devido espaço para as produções artísticas locais?

JG - Até que sim, agradeço muito a força que tem nos tem dado por todo esse tempo.

Posso citar: Jornal Agora, Morena FM, TV Cabrália - Record News, TV Itabuna, Rádio Jornal e aos amigos Reginaldo Silva e Bob Lú.

AI – Se apresentar em barzinhos, ter banda e ainda registrar em disco a produção musical. Como sobreviver de música na região? É possível?

JG - Vou falar a verdade! É Derrubar um Leão a cada dia. Mas como disse o grande poeta Renato Russo “Quem acredita sempre alcança”. Temos que lutar.

Como em outras profissões temos bons e maus momentos, temos que ser perseverantes naquilo em que acreditamos e buscar soluções viáveis para poder executar nossa tarefa com bom senso.

AI – Os músicos da região não costumam mostrar suas produções autorias quando se apresentam em bares, casas de shows... Como mudar este cenário?

JG - Eu acho isso relativo e ao mesmo tempo um pouco complicado. Existem casos em que o público nem presta atenção na obra do artista e nem no artista que está se apresentando naquela ocasião, isso acaba gerando certo descontentamento pra quem compõe uma obra. Mas acho que temos que realmente persistir e apresentar nossas produções.

AI – Quais as novidades que vem por ai do Juba? Divulgue sua agenda.

JG - Estou terminando de aprontar meu Home Studio, para poder produzir não só os meus trabalhos, mas também de outros artistas.

Falta muito pouco, em breve estaremos com o nosso CD Acústico - Juba Gonzaga e Uiára Oliveira - Depois do São João vamos produzir o 5º CD da Banda Sollo com muito carinho para que possa ser uma novidade, com canções próprias.

Ai vai minha agenda:

21/04 19:00hs Shopping Jequitibá

23/04 Evento em Ibicuí – Ba

27/04 20:00hs Bar Na Empresa

29/04 23:00hs Apresentação com Cristiano Reis e Banda, Boate Galpão

30/04 Evento da Delfi Cacau Comemoração do dia do Trabalhador (antecipado)

05/05 Evento em Ilheús – Ba

06 e 07/05 Banda Sollo em Maria da Cruz – Mg

21/05 Banda sollo em Varzelândia – Mg

Datas de Barzinhos do mês 05 em breve divulgaremos pelo orkut . Espero por vocês!

AI – Algo que gostaria de acrescentar ao nosso bate-papo?

JG - Sim, durante essa entrevista, vocês puderam notar que sou realmente preocupado com a situação da nossa classe, espero que alguém que veja essa entrevista que esteja ligado de alguma forma ao poder público e na área cultural, possa levar essa indignação, para que não deixe cair no abismo o talento de tantos artistas que fazem dessa cidade seu palco e que sonham com a nossa valorização em todos os sentidos que regem nosso bem estar e o bem estar de todos, para que possamos ser mais capazes ainda de tornar a nossa música uma fonte de riqueza infinita para todos nós.

AI – Agradecimentos

JG - A Deus por ter me dado esse dom divino, a meu Irmão Silvano Gonzaga por ter me ensinado os meus primeiros acordes, a todos aqueles que acreditam no nosso talento, aos donos de bares e contratantes, que dão suporte a nossa música, destacando-se Marisa Mendes que foi a 1ª a acreditar no meu trabalho de voz e violão, ao blog artistas de Itabuna que tem apresentado grandes entrevistas com artistas locais, aos amigos e familiares que sempre nos acompanham e nos apoiam em nossas apresentações. BRIGADÚ!

 

Juba Gonzaga (2)Juba Gonzaga (3)


4 comentários:

Theo fagundes disse...

Aê, Grande Juba: disse "sim" em tudo que mencionaste em entrevista ao Blog; um discurso de quem tem propriedade quando a questão é arte, cultura, e afins...!
Parabéns, irmão, pela lucidez, por responder às questões com a mesma educação e sensibilidade que lhe caracterizam pessoalmente.
Quanto à questão musical; o que falarei eu? Nada ! É só sentar, pedir um Domecq, e "pagar pau" pra você...e Uiara.
Beijão em Uiara e no guri...!

Jaffet Ornellas disse...

Família Gonzaga. FANTÁSTICAS!!!! Esses Meninos e Meninas são simplesmente o que podemos chamar de ARTISTAS. E o maior valor que lhes tenho em apreço é a simplicidade, humildade e HONESTIDADE. Sou fã incondicional.

VAMOS FOMENTAR NOSSO SINDICATO!!!!!!!!

Unknown disse...

É ISSO AI VEI DO JEITO QUE EU ENSINEI RSRSRSRS,VALEU PELA ENTREVISTA,MANDOU BEM.

Forró JahMar disse...

Ai eh mestre, grande Juba...Abração!