quinta-feira, 28 de julho de 2011

ENTREVISTA: AFRÂNIO NASCIMENTO

Afrânio (1)Afranio Nascimento, de Ibicaraí-BA, começou sua peregrinação musical em 1988 participando de festivais em algumas cidades da Bahia principalmente Una, Itabuna e Itamarajú, essa última vivendo por 10 anos até 1990, por lá existia um movimento cultural com apresentações de artistas regionais “...Nós éramos encantados pelas belas letras e melodias de Geraldo Azevedo, do nosso menestrel Elomar Figueira e os contos e causos de Saulo Laranjeira e Rolando Boldrin cantadores que enriqueciam nossa cultura musical”. Nesse período já participava de inúmeros projetos sociais filantrópicos, como: Rotary, Gapa, Apae.
Participou do Projeto Petrobrás de Música por 02 anos consecutivos na cidade de Canavieiras-BA e Projeto Toque Brasileiro da TV Santa Cruz em Itabuna-BA ao lado do amigo músico Hermano (Mano véio).
Em 1990 veio para Itabuna, daí nasceram boas amizades e parcerias que tem dado frutos até hoje.
Afirma o artista, seria cruel citar nomes nessa cidade - “fatalmente iria cometer o pecado de esquecer algum e jamais me perdoaria pois são tantos os bons artistas nessa cidade: cantores, atores, compositores, escultores, pintores, performistas, todos eles dando a nós bases e elementos para nossa livre arte de pensar enriquecendo nossos vocabulários, nossas fantasias, revelando ao mundo novas canções”.
Desde 2002 Afranio apresenta-se em Portugal e Espanha carreira solo e também na companhia de outros brasileiros.
Desenvolveu alguns projetos de banda com CD e DVD gravados em solo português. Continua dando sequência em alguns desses projetos acompanhando cantores e cantoras em alguns espetáculos, mas sem esquecer jamais as suas raízes que dão-lhe sustentação e equilíbrio.
Devido a ser um artista com formação em barzinho, ele pode usufruir de um repertório bem eclético galgando todos os patamares que a música brasileira pode oferecer e dentro desse contexto sente-se a vontade em executar qualquer estilo musical fazendo uso de fusões de timbres e ritmos.

Afranio é um músico autodidata com breve formação acadêmica e executa violão, guitarra, cavaquinho e teclado.

Discografia:

CD -Afranio Nascimento 2010 (Portugal)

CD e DVD - Feras do Forró 2009 (Portugal)

Faixas individuais:

A lavadeira e o rio (Baixe aqui)

Já nem sei (Baixe aqui)

Vem ser feliz (Baixe aqui)

Uma faixa no CD Banda Boy & Cia 2011 (Portugal)

Duas faixas no CD Vanessa Axé 2011 (Portugal)

Uma faixa no CD Rogerinho do Acordeon 2011 (Portugal)

Uma faixa no CD e DVD – Feras do Forró 2009 (Portugal)

Uma faixa no CD do 1º Festival de Música de Una 1995 (Brasil)

Festivais:

Finalista de festival da canção em Itamaraju-BA 1987 (Brasil)

Finalista de festival da canção em Una-BA 1995 (Brasil)

Email: afraniomusical@hotmail.com

Tel. movel: (0351 916423845) Portugal

 

Afrânio (3)

 

AI – Você que faz parte de uma época que tinha festivais, seria esta, uma das razões da música estar estagnada em nossa região?

AN - Venho de uma época não muito distante em que ouvi e toquei muita cantoria (Elomar, Xangai, Geraldo Azevedo...etc.) tínhamos nossos
talentos regionais que não vale a pena citar nomes pois são tantos que sempre comentemos e pecado de esquecer algum.
Depois de 09 anos longe dessa terra e com uma visão mais alargada a nível nacional, não acredito em estagnação musical. Acho que os valores
estão ai em cada esquina a serem reconhecidos mais cedo ou mais tarde. O problema é que é muita gente boa fazendo muita música boa e poucos têm acesso à mídia ou vice-versa.

AI – Além do violão, qual outro instrumento te seduz?

AN - Tenho tocado teclado, guitarra e cavaquinho, mas violão sempre foi o eleito para as composições.

AI – O que mais determina a permanência do músico nesta vida dura de viver de arte: A paixão, a necessidade ou a arte por ela mesma?

AN - Acho que um pouco de cada coisa, mas a paixão é determinante, pois se não fizer com prazer é melhor mudar de profissão.

AI – O Brasil tem vários ritmos genuinamente brasileiros e outros tantos que adotamos como nosso. Qual dos ritmos que pode ser considerado a “Cara” do brasileiro?

AN - O Brasil era visto como terra do samba e do futebol, mas isso está mudando. Sinto que está havendo mudanças no diálogo das pessoas pois as opiniões e comentários já divergem muito e graças que é para melhor. O Brasil sempre soube fazer boa música e o exemplo hoje vem de artistas como Paula Fernandes e Maria Gadú para não ter que citar uma infinidade de novos talentos que brotam a cada momento.

AI – O uso da tecnologia facilitou a proliferação de artistas ou de pessoas fazendo música, isto quer dizer que a qualidade se perdeu ou tem-se que garimpar mais para conseguir extrair tal qualidade?

AN - Facilitou bastante, mas isso é muito relativo cada qual com seu gosto musical, empresário não busca poesia, a conta bancária sabe bem. Temos que garimpar sim, mas sempre somos surpreendidos.

AI – A ida de artistas de nossa região para centros maiores tipo: Capital baiana (Salvador) mostra que ainda não podemos tê-los por aqui. O que falta para sermos um polo forte de arte?

AN - Por mais que aja apoio cultural ao artista regional sempre vai haver está migração, é natural. Antigamente falava-se em RJ e SP, hoje temos
outras capitais produzindo grandes nomes. Eu considero o Sul da Bahia um polo de arte forte inclusive bastante respeitado, posso afirmar isso pois cá na Europa conheço músicos de vários lugares do Brasil e há respeito e reverência quando se fala em artistas da nossa região.

Afrânio (4)AI – Artisticamente, a sua ida para o exterior foi para encontrar novos rumos ou foi uma “Fuga para a vitória”?

AN - Sai de Itabuna em 2002, o Brasil atravessava uma situação critica e estávamos com um presidente recém-eleito ao qual eu não sabia ao certo
o futuro que aguardava, aliado a isso havia uma necessidade de sair, respirar novos ares e conhecer novas culturas. Ainda bem que o país melhorou, rsrs... É sinal que já tá hora de voltar. Rsrs

AI – O que tem ai na Europa que você não encontraria no Brasil, artisticamente falando?

AN - Sinceramente?! Acho que nada. A diferença é que quando um país é pequeno há uma maior facilidade e acesso as boas coisas, ainda mais quando não se tem o oceano pra separar.

AI – O que podemos aprender com a carreira de Afrânio para repassar para os que começam agora?

AN - Todos os dias eu aprendo alguma coisa mesmo com os que estão começando. Mas acho que determinação e humildade está na ponta do iceberg.

AI – Conte-nos sobre seus projetos artísticos atuais e futuros?

AN - Nesse momento estou compondo e produzindo bastante. Estou envolvido com alguns projetos com bandas, tocando com alguns artistas brasileiros. Quanto ao futuro entrego ao Papai do céu.

Afrânio (5)

AI – Algo que queira acrescentar a este bate papo virtual, esteja à vontade.

AN - Só queria acrescentar que: Uma carreira não se constrói de uma noite para o dia, pisando nos outros atravessando ou passando por cima. Cada pessoa deve tirar o melhor proveito do talento que recebeu, somos uma constelação e cada estrela brilhando a sua medida.

AI – Agradecimentos.

AN - Agradeço ao espaço que me foi concedido através do convite do amigo Walmir do Carmo, agradeço aos amigos, aos colegas músicos e aos artistas em geral. A todas essas pessoas que nos dão incentivo e apoio para levar nossa arte a todos os lados.

Um abraço,
Afranio
Visite: http://palcomp3.com/afranio
Obrigado

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3 comentários:

Betto Eça disse...

Como é bom saber deste incrivel sesr humano, que cultuo no meu rol de amizades.
Um fortissimo abraço querido amigo.
Espero que realmente seu retorno seja breve, saudades.

Afranio Nascimento disse...

Oi Alberto! pois é, a idéia é essa, rsrs ... forte abraço meu amigo.

Anônimo disse...

É muita gente boa nesse mundo. Sucesso Meu rei.
CIDADÃO SHOW