quarta-feira, 24 de agosto de 2011

ENTREVISTA NONATO TELES…

Nonato (3)

Conseguimos um bate papo virtual com uma das mentes mais privilegiadas da nossa arte, ele que vem de familia artística e que tem o seu trabalho reconhecido por todos os artistas de nossa região.
O papo virtual é com NONATO TELES.


 AI – Itabuna é um celeiro de bons artistas, o que falta para ser um polo de arte reconhecido no Brasil?
O reconhecimento só vem com a visibilidade, pra ser reconhecido, você tem que se fazer conhecer e hoje em dia não precisamos tanto esperar que alguém, ou alguma entidade, ou empresa nos peguem pelo braço e nos levem como crias sem proteção para algum lugar, a tecnologia tomou esse lugar e estar ao alcance de quase todos nós. O que nos cabe é saber fazer, é procurar aprender sermos profissionais, organizados, bem informados e preocupados com a arte num todo e não somente em alguns segmentos.
Há muitos anos que tentamos criar uma associação dos artistas de Itabuna e não conseguimos e na minha área, a música, eu já tentei em vão por diversas vezes em reuniões com colegas criar uma simples tabela para apresentação em restaurantes, bares e outros eventos.
Pra não ficar muito longo, vou resumir dessa maneira.
Nós vivemos e trabalhamos muito no improviso, no individualismo no quem tiver a unha maior sobe mais na parede, e é aí que erramos, pois, nunca teremos força pra propor aos empresários uma parceria e nunca teremos representatividade política para exigirmos dos nossos dirigentes uma política voltada à fomentação cultural e artística da nossa cidade,

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AI – Vários artistas reclamam a falta de incentivos à cultura e apoio aos artistas, pra você, o que falta pra melhorar e chegarmos a um patamar merecido?
Acho que a resposta da primeira pergunta é bastante apropriada para essa também.
Ninguém vai dar nada a ninguém de graça, nem aqui, nem em lugar algum. Se precisarmos de apoio, vamos a busca dele de uma forma mais profissional, com um bom projeto na mão, mostrando que podemos dar um retorno, seja econômico ou de mídia, o que move o mundo é o mercado, essa é a grande verdade. Às vezes quem pode incentivar, ajudar ou propor uma parceria, não consegue porque não encontra um artista que possa preencher certos requisitos formais.

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AI – A mídia local ajuda ou atrapalha o artista?
Todas as vezes que eu busquei a participação da mídia local, fui muito bem atendido, com raríssimas exceções.
AI – Você tem um histórico familiar de grandes artistas, isto lhe dá alguma vantagem na sua carreira?
Acredito que não, talvez até funcione ao contrário.
Alguns tiveram uma notoriedade pública bem maior do que eu. Então alguém pode pensar: “esse cara deve ser muito ruim”.

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AI – Quais os artistas que você destacaria como eternos e como revelações aqui na nossa região?
São muitos, e é uma resposta difícil, porque eu posso cometer o grande erro de esquecer alguém, mas os eternos, os que ninguém esquece e com quem eu tive uma proximidade maior, eu poderia lembrar aqui de:
Da grande cantora Neide Prado, os comediantes Martelo e Martelinho, O Som Apache, O Phase, O grande baterista Sabará, O eterno Lordão, Genny Xavier, Alba Cristina, Eva Lima, Aldo Bastos, Betão, Jackson Costa, Itassucy, não posso me esquecer de Mário Gusmão, apesar de não ser daqui, mas morou por aqui, Ruy Povoas, é muito difícil lembrar de todo mundo assim numa entrevista, Miltinho, o artista do som e das fitas k7, o Palhaço Cocada e por aí vai.
Como revelação, eu aponto minha filha, Tainá Teles, que tá cantando muito bem e Igor, que toca bem, canta bem e tem um repertório que eu gosto, além de Betinho, tem um grupo de Itajuípe que eu acho que se chama Ruarez.

AI – Além de cantar na noite o que mais o músico grapiúna tem para fazer?
Trabalhar nos diversos stúdios de gravações, criar e gravar jingles, spots, vinhetas, ministrar cursos, tocar em bandas, fazendo bailes e ou shows, (se não tiver uma banda pra tocar, montar a sua), criar um site pra falar de música e músicos, estudar pra se aprimorar e poder tocar em qualquer outro lugar. Basicamente o que o músico de qualquer outro lugar faz.
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AI – Quais são os seus projetos atuais e futuros?
Eu tenho um projeto com a Secretaria de Educação de Itabuna pra dar aula de violão no colégio IMEAM, tenho um projeto com a UESC, também pra dar aula de violão, outro com a Coordenação DST/AIDS pra fazer musicoterapia (aula de violão e flauta doce) para pessoas assistidas pela aquela entidade, estou inscrito no processo de seleção da FICC pra se passar voltar a dar aulas de música pela fundação, estou gravando um CD autoral Nonato Teles e o outro também autoral da minha banda de “axé” Baladeira, com músicas que eu fiz pra outros artistas gravarem, e não foram, agora serão, estou me preparando pra fazer minha pós-graduação em história do Brasil pela UESC e continuar estudando música que eu gosto muito.
AI – Algo que não perguntamos e que gostaria de nos falar?
Eu tenho um projeto legal que eu chamo de “SE NÃO CHOVER DÁ SAMBA”, o Zezé do Descarga Elétrica chama de “NONATO FOLIA”, todos os sábados 18:00h no restaurante Brasão, na av. Ilhéus, onde eu recebo amigos pra tocar e cantar de tudo um pouco, mas o que comanda mesmo é o samba e a ideia maior é reunir os amigos ou não, músicos pra que ali todos possam mostrar um pouco do seu trabalho, de sua arte.
Quem aparece por lá sempre são meus amigos dos Internacionais do Samba, Zezé do Descarga, Minina Baiana, Vavá, Memé, Ricardinho batera, a Banda C, O mestre Sabará e a grande galera que vai curtir.

AI – Agradecimentos.
Agradecer primeiro a vocês pela entrevista, aos meus amigos e colegas músicos que estão sempre comigo nos palcos da vida, nas gravações, muitas vezes sem receber nada em troca além da satisfação, da amizade, do companheirismo, agradecer muito ao meu público, meus amigos que sempre vão me ver tocar por aí, a todos empresários da noite, que na verdade são parceiros, agradecer a Camará Comunicação Total pela parceria no trabalho publicitário, agradecer muito a minha filha por ter se tornado artista e me convidar sempre pra fazer parte do seu mundo.
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