SALA DE CULTURA E ARTE





Walmir do Carmo

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Galera! Estive ausente da coluna por motivos de viagens e outros afazeres que me impediram de escrever sobre os acontecimentos culturais. Porém, não deixei de anotar tudo que vi e faço aqui um resumão pra deixar todos informados.
I
imagePrimeiro vamos ao Concurso Beleza Negra: foi uma festa magnífica que aconteceu nas primeiras semanas de dezembro em função de novembro ter tido muita chuva. Esta edição aconteceu no Clube SEAC e pela primeira vez em espaço fechado coisa que não gostaria muito de ter acontecido, pois este evento nasceu na Praça da Rua 2, no Jardim Primavera, mas em 2012 se tudo correr bem, ela voltará à praça. Agradecimentos à Diretoria da FICC e a todos os servidores que deram a maior força para que tudo saísse nos conformes. A detentora do título foi a Jamile Vitória, moradora do Bairro de Zizo. Parabéns!
imageAinda em novembro fomos surpreendidos com a notícia de que Ramon Vane, nosso ator “regiuniversal” arrebatou o prêmio Candango de Ouro de melhor ator coadjuvante no Festival de Cinema de Brasília, e no FESTICINE em Goiânia. A região deveria dar mais atenção aos nossos talentos que não são poucos. Parabéns Ramon!
 
 
II
imageEm Fevereiro teve Carnaval antecipado ou normal? Não, foi em três de Março de 2012 devido à greve da polícia. Em Itabuna não tem tido Carnaval há muito tempo; porém, os blocos Maria Rosa, Casados I... Responsáveis e tantos outros organizaram a Lavagem do Beco do Fuxico que atraiu uma multidão ávida por diversão e foi uma festa muito, muito bacana. Quando o povo quer, tudo acontece.
III
imageO templo da arte da cidade, o Centro de Cultura Adonias Filho esteve movimentado em Março com várias atrações culturais. Destaque para O Auto Falante, monólogo do Ator Lucas Oliveira que é uma grande expressão teatral em nossa cidade. Um apelo à sociedade: visitem o Centro de Cultura, por lá acontecem várias atrações durante todos os meses.
IV
imageAbril, mês da semana Santa, Itabuna teve bela produção: A Paixão de Cristo que reuniu grande elenco. No papel de Cristo, Osvaldo Mil, o nosso ator itabunense que vive hoje no eixo Rio-São Paulo. Outros atores abrilhantaram o espetáculo - de Aldo Bastos, Jailton Alves, Marquinhos Nô, Jaffet Ornelas, Fátima Farias, Evaldo Batista, Walmir do Carmo (fiz José de Arimateia e apóstolo Matheus), Igor Pimentel, Igor Novais, Jobson Vieira, Rafael de Souza, Célia Alves, Elton de Oliveira, Gabriela Almeida, Helena Gabrielle, Igor Garcia, Ingrid Rocha, João Ataya, Jobson Xuxu, Katia Jade, Kauane Messias, Luana Almeida, Marcelo Lobo, Murilo Pitombo, Vanessa Guimarães, Wallace Costa. A equipe da FICC está de parabéns pela iniciativa.
V
Finalmente em Maio, fui ao Centro de Cultura ver dois espetáculos que achei muito bacanas:
imageO espetáculo O Pequeno Príncipe, montado pela Academia Corpore com direção de Daisy Santos, passeou pela música, teatro e dança, onde foi feito resumo e adaptação do livro de Antoine Saint-Exupéry. Vai aqui meus parabéns para todo elenco, com destaques para Bay Martins - narrador, Joadson Costa - o príncipe, Lindamara Braga- a cobra e Júlio César Messias - o bêbado. Malena Dória foi a responsável pela parte teatral e Bob Lu, como sempre pelas gravações. Quem não viu perdeu.
imageStand up, Por inteiro e sem Cortes com o ator Paulo Prazeres (Salvador) que participou do Projeto da SECULT – Secretaria de Cultura do Estado da Bahia – Verão Cênico, que circulou pelo interior do Estado. Um trabalho sem apelos pornográficos que deixou a plateia muito sorridente.






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UM TEXTO PARA LER E REFLETIR.
A TARDE/ 09.07.2010 (LINK ORIGINAL)

A minha função espiritual faz de mim uma intermediária entre o humano e o sagrado e para exercê-la da melhor maneira possível tenho como instrumento o Jogo de Búzios. Pessoas de diferentes idades, raças e até mesmo credos, buscam a ajuda desse oráculo. Surpreende-me o fato de que uma grande parte dos que me procuram sente-se vítimas de inveja.

Engraçado é que nunca, nem um só dia sequer, alguém chegou pedindo-me ajuda para se libertar da inveja que sentia dos outros. Será que só existem invejados? Onde estarão os invejosos? E o pior é quando consulto o oráculo e ele me diz que os problemas apresentados não são decorrentes de inveja, a pessoa fica enfurecida.

Percebo logo que existe ali uma profunda insegurança, que gera uma necessidade de autovalorização. Se isso ocorresse apenas algumas vezes, menos mal, o problema é que esse comportamento é uma constante. Isso me leva a pensar que cada pessoa precisa olhar dentro de si, tentar perceber em que grau a inveja existe dentro dela, para assim buscar controlar e emanar este sentimento, de modo que ela não venha a atuar de maneira prejudicial ao outro, mas principalmente a si, pois qualquer energia que emitimos, reflete primeiro em nós mesmos.

Uma fábula sobre a inveja serve para nossa reflexão: Uma cobra deu para perseguir um vagalume, cuja única atividade era brilhar. Muito trabalho deu o animalzinho brilhante à insistente cobra, que não desistia de seu intento. Já exausto de tanto fugir e sem possuir mais forças o vagalume parou e disse à cobra: – Posso fazer três perguntas? Relutante a cobra respondeu: – Não costumo conversar com quem vou destruir, mas vou abrir um precedente. O vagalume então perguntou: -Pertenço à sua cadeia alimentar?- Não, respondeu a cobra. – Fiz algum mal a você-?- Não, continuou respondendo a cobra.- Então por que me persegue?- perplexo, perguntou o brilhante inseto. A cobra respondeu: – Porque não suporto ver você brilhar, seu brilho me incomoda.

Ingênuas as pessoas que pensam que o brilho do outro tem o poder de ofuscar o seu. Cada um possui seu brilho próprio, que deve estar de acordo com sua função. Existem até pessoas cujas funções requerem simplicidade, onde o brilho natural só é percebido através do reflexo do olhar do outro.

Lembro-me de uma garotinha de apenas 10 anos de idade que a mãe me procurou para ajudá-la, pois ela ficava furiosa quando não tirava nota dez na escola. Comportamento que fazia com que seus coleguinhas se afastassem dela. Algumas tardes eu passei conversando com a garota. Um dia ela chegou me dizendo que não apresentava mais o referido problema, que até tirou nota dois e não se incomodou.

Fiquei muito feliz, cheguei mesmo a ficar vaidosa, pois acreditei que aquela nova atitude era resultado de nossas conversas. Foi quando ela me disse:- Sabe por que não me incomodei de tirar nota dois, Mãe Stella? Ansiosa, perguntei:- Por quê? Ao que ela me respondeu: – Porque o resto da turma tirou nota um. Rimos juntas da minha pretensa sabedoria de conselheira e do natural instinto de vaidade que ela possuía e que muito trabalho teria para domá-lo. O desejo que a garota possuía de brilhar mais do que os outros, com certeza atrairia para ela muitos problemas. Afinal, ela não queria ser sábia, ela queria ser vista.

O caso contado anteriormente fez lembrar-me de outro que eu presenciei, onde uma senhora repleta de ouro insistia em me dizer que as pessoas estavam olhando para ela com inveja. Cansada daquele queixume, disse-lhe que quem não quer ser visto, não se mostra.

A inveja é popularmente conhecida com olho gordo. Se não queremos ser atingidos pelo olho gordo do outro, devemos cuidar para que  nossos olhos emagreçam, não deixando que eles cresçam com o desejo de possuir o alheio. Já que fazemos dieta para nossos corpos serem saudáveis, devemos também fazer dieta para nossos olhos, pois eles refletem a beleza da alma. A tendência agora é, portanto, olhos magrinhos, mas não anoréxicos, pois alguns desejos eles precisam ter, de preferência desejos saudáveis.

Maria Stella de Azevedo Santos é Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá

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Tribos que acompanham o blog dos artistas.
Venho desejar a todos um excelente final de ano e que a bondade reine no coração de todos.
Contarei tudo sobre o Beleza Negra depois das festas.
Grande abraço a todos e obrigado por tudo.

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ZUMBI DOS PALMARES
1695/2011
316 ANOS DE RESISTÊNCIA NEGRA
9º. Concurso beleza negra
 
 
As inscrições para o 9º. CONCURSO BELEZA NEGRA DE ITABUNA encontram-se abertas até o dia 10 de Novembro nos seguintes locais em horário comercial:
FICC – FUNDAÇÃO ITABUNENSE DE CULTURA E CIDADANIA
Praça Laura Conceição, 339 – Em frente à Catedral de São José
CENTRO DE CULTURA ADONIAS FILHO – Jardim do Ó
SEDE DA OCA – Rua Saturnino José Soares, 636 – Fátima, próximo ao Frigobom
ENCANTARTE – Escola Dom Ceslau Stanulla – Rua Frei Joaquim Canelli, s/no. Pedro Gerônimo – Subida para o Maria Pinheiro.
PONTO DE CULTURA - Rua Inglaterra, 497 – São Judas
As candidatas deverão apresentar cópia da identidade ou outro documento com foto;
Comprovante de residência;
Uma foto 3X4;
Em sendo menor com idade e 16 e 17 anos, apresentar atestado de consentimento dos pais ou responsáveis.
Inscrição a partir de 16 anos.
Maiores informais pelo telefone: 8819.6934
Walmir do Carmo
Organizador do Concurso
Integrante da Comissão Organizadora
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o nome da morte 123o nome da morte 196
Fui ver o espetáculo teatral "O nome da Morte" encenado pelas atrizes Carol Andrade e Luana Almeida, dirigidas por Carlos Ngão, texto de Ronaldo Braga.
É um trabalho que fala da história de duas mulheres, (Milla e Sônia) que na cadeia discutem acerca das questões femininas, violência contra as mulheres, sexualidade, pedofilia, política e filosofia.
Um drama muito interessante que mostra a mente de duas mulheres. Uma obcecada por sexo e a outra com uma mente totalmente assassina, tanto é que matou a parceira em pleno ato sexual. Ambas tinham tido muito problema no passado o que refletiam nas ações do presente.
Segundo o autor, O nome da Morte também aborda a questão da corrupção, mostrando como os esquemas se dão dentro da lei. Para isto ele usa a personagem Milla que é uma mulher estudada em Antropologia, uma mulher nervosa que foi estuprada aos sete anos por um primo, tensa ela tenta passar segurança que não possui.
Através do poder do dinheiro, ela compra todas as pessoas que estão à sua volta – policiais corruptos, juízes, políticos e todos os “figurões” que regem os sistemas legais.
Sônia estudou direito e na universidade descobre que pobres não prestas e começa a envenená-los através da comida distribuída nas ruas... Quem quiser saber mais detalhes sobre a peça e só ficar antenado para saber os dias das apresentações e ir assistir.
O povo de Itabuna é muito engraçado: reclama que aqui não acontece nada; no entanto, não procura saber que no Centro de Cultura acontecem muitas manifestações culturais – Dança, teatro e shows musicais. A agenda funciona o ano inteiro.
O nome da Morte foi encenada em Itabuna e na sua estreia no dia 20 de setembro existiam na plateia apenas quatro pessoas, me incluindo, que paguei para ver. Não quero ser contra as atrações que vem de fora e levam o dinheiro para longe. A arte não tem fronteiras, mas é uma vergonha os itabunenses não valorizarem as produções locais. Onde estão os jornalistas, os radialistas, os atores, as atrizes, os diretores? Pelo menos este público tem mais do que obrigação de ir ver os trabalhos produzidos aqui. Aliás, são ou não formadores de opinião?
Lincando este último parágrafo com a II Conferência Municipal de Cultura que aconteceu no dia 1º. de Outubro, também quero chamar a atenção para esse importante acontecimento que pela grandeza de Itabuna, deixou a desejar no que se refere a presença da sociedade envolvida com cultura – atores, produtores, atrizes, diretores, pois para se ter uma ideia, só foram eleitos 3 delegados para a Conferência Territorial uma vez que só tinham 60 pessoas na Conferência. O percentual dos delegados corresponde a 5% do total dos presentes. Perceberam que falta interesse da comunidade artística?
Não se pode reclamar da falta de implementação da política cultural se a comunidade interessada não participa.
Fica aqui um registro para que as pessoas vejam as produções locais e participem mais dos acontecimentos culturais. @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

Por Walmir do Carmo
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Em viagem por Vitória - ES para rever parentes e amigos, tive o prazer de assistir no dia 25 de Setembro, no Teatro da Universidade Federal de Vitória em Goiabeiras - Deus da Carnificina com os consagrados atores e atrizes: Paulo Betti, Orã Figueiredo, Deborah Evelyn e Júlia Lemmertz, Texto de Yasmina Reza (escritora francesa) e direção de Emílio de Mello.
A peça fala sobre dois casais que se encontram para resolver um incidente envolvendo seus filhos pequenos: um deles quebrou dois dentes do outro numa briga na praça. O que era para ser uma tentativa de reconciliação acaba num caos. A polidez inicial dos envolvidos desaparece e se transforma numa troca de insultos.
“É uma comédia ácida que fala muito claramente da nossa sociedade de hoje, é jogo delicioso de ver e de fazer, são quatro atores em cena o tempo todo, pais de filhos que brigaram na escola, tentam se entender, mas acabam por se comportar pior do que os próprios filhos.”
“Um espetáculo de alta qualidade artística e humana, o que há de bom no teatro contemporâneo com uma direção precisa e quatro atores muito inspirados e batendo um bolão! Modéstia a parte.” Comenta Júlia Lemmertz em entrevista no ESPTV.
Deus da Carnificina é uma Comédia sem juízo. Texto de alto nível, atores afinadíssimos, iluminação e som impecáveis.
Após o espetáculo que teve duração de 1hora e 20minutos, eu, como tiete que sou de Paulo Betti, não poderia perder a oportunidade de conversar com os atores e ser fotografado ao lado de Paulo Betti que com sua simpatia perguntou pelo Sul da Bahia e me pediu para divulgar o site: www.casadagavea.org.br
, onde ele escreve. Está aí uma dica para quem quiser visitar o site que achei muito interessante.
Pude observar que os atores após o espetáculo conversaram com todas as pessoas no foyer do teatro e deixaram ser fotografados com todos, na maior paciência e simpatia. Vejam que são atores consagrados! Fica aqui um recado para os atores e atrizes de Itabuna – humildade, sempre!                                  #################################################################

O Teatro Mágico Encantou Itabuna...

No dia 24 de Julho pousou em Itabuna com o seu belíssimo espetáculo no Centro de Cultura Adonias Filho, a trupe de O Teatro Mágico. Uma banda alternativa de Osasco- SP que mistura música, teatro, circo, dança e poesia com muita magia, encantamento e profissionalismo.
Fernando Anitelli, criador da banda é ator, músico e compositor. Nascido em Presidente Prudente e criado na cidade de Osasco, São Paulo, Anitelli "brinca" com arranjos e melodias desde os 13 anos, "Quando vi que rimar amor com humor funcionava, não só na estética e na melodia, mas no sentido que aquilo tinha pra mim, nunca mais parei de fazer música", revela.
Segundo Ato é o mais recente álbum de Fernando Anitelli e sua trupe. As composições escolhidas colocam em debate o homem e a sociedade na qual vive. No primeiro CD (Entrada para Raros), a trupe estava imersa num universo paralelo, num lugar onde tudo era possível, falávamos de lutar pelos nossos ideais, pelos sonhos. No "Segundo Ato", a gente dialoga sobre como realizar isso. É como se a trupe chegasse na cidade e se deparasse com as questões sociais e urbanas, como o cotidiano dos mendigos citados na música "Cidadão de Papelão" ou a problemática da mecanização do trabalho, questionada na canção "O Mérito e o Monstro". Indo mais além, na música "Xanéu nº5", há um debate sutil e, por vias opostas, mordaz, sobre o amontoado de informações que absorvemos, sem perceber, assistindo aos programas de TV da atualidade", explica Anitelli.
O show em Itabuna foi programado para começar às 16 horas com diversas atrações locais o que não aconteceu, sabe-se lá por quais razões. Às 18 horas, a Banda Sururu Baião que antecedeu o Show de O Teatro Mágico, tocou uma hora e teve as participações de Cokó (música) e da artista Daniela Galdino recitando Prosoema pro Ceará, de Ramon Vane. Foi realmente um momento muito bom de ver e ouvir. Entretanto, as outras atrações programadas para a tarde/noite, a Exemplo do Clube do Poeta Sul da Bahia, que constava da programação, sequer foi citado, o que caracteriza falta de organização da produção.
Outra falha da produção - as pessoas começaram a entrar no teatro e a luz ainda estava sendo testada e se ouvia aquele tradicional grito de testando, testando, um, dois, som! Quando se programa qualquer espetáculo e que tem um horário determinado, deve-se cumprir, afinal as pessoas pagam, chegam cedo e não tem obrigação de ficar esperando as arrumações, uma vez que elas deveriam estar prontas no dia anterior. Fica aí uma dica para evitar constrangimentos com a plateia que merece muito respeito.
Quanto à banda O Teatro Mágico, foi o que de melhor aconteceu nestes tempos nas plagas grapiúnas. Que outros espetáculos dessa magnitude venham e serão muito bem aceitos. A produção está de parabéns pela feliz escolha. Quem não assistiu, perdeu.

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Nana Caymmi e o calor em Ilhéus...


Cantora carioca, filha do baianíssimo Dorival Caymmi, famoso pela preguiça cantada na Praia show nanade Itapoan, em Salvador, desembarcou em Ilhéus no dia 9 de julho para apresentar seu Show Delirante, como atração do III Festival do Chocolate, realizado no período de 6 a 10 de julho.
O horário determinado para começo do show, no ingresso, era 21 h. E exatamente às 21h10min a voz suave e aveludada de Nana ecoava nas dependências do Centro de Convenções completamente lotado.
A abertura do show foi marcada pelas canções de Dorival Caymmi, como ela mesma disse: ”Vou cantar neste primeiro bloco as canções do meu pai. É uma homenagem aos seus conterrâneos, já que ele nasceu na Bahia. Ele está fazendo muita falta para mim”.
Daí, até chegar o final do show que teve duração de duas horas incluindo o bis, várias outras canções a exemplo de Acalanto, Desenredo, Resposta ao tempo, Fim de caso, Meu menino, Nem eu, Sem poupar coração, Nenhuma lágrima, Só louco, Não se esqueça de mim, foram cantadas para deleite da plateia. As canções cantadas pela voz de Nana fazem sonhar de olhos abertos.
Engraçada e simpática, sempre de leque em punho, Nana reclamou do calor e pediu para que o ar fosse ligado e completou: “Essa economia já chegou por aqui. Semana passada, cantei no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e estava a mesma coisa”.
Realmente, o calor estava insuportável. Não se sabe se foi ordem da casa para não ligar o ar ou se foi falha da produção. Após a reclamação de Nana, o ar foi ligado. Estas coisas não podem acontecer. Afinal, o preço do ingresso não é barato. Quando o show é na área externa do Centro a própria brisa do mar ajuda. É bom ficar atentos para os próximos espetáculos, pois estas falhas viram comentários que podem expandir para outros lugares pelo próprio artista, o que não fica bem para a imagem do ambiente.


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Patrimônio Histórico
Refere-se a um bem móvel, imóvel ou natural, que possua valor significativo para uma sociedade, podendo ser estético, artístico, documental, científico, social, espiritual ou ecológico.
Diante do significado acima, é muito preocupante o que vem acontecendo em Itabuna com o nosso Patrimônio Histórico sendo todo desfeito. Ninguém é inocente para não saber a valor histórico de uma edificação ou de um patrimônio natural com mais de 40, 50, 100, 200 anos. Edificações que têm uma importância com o nascimento da cidade ou que vieram depois, que já compõem a paisagem e passam a incorporar o cotidiano e a vida das pessoas.
A preservação do patrimônio histórico teve início como atividades sistemáticas no século XIX, após a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, inicialmente para restaurar os Monumentos e Edifícios Históricos destruídos na guerra.
Aqui na cidade de Itabuna, Sul da Bahia, Nordeste do Brasil temos vários exemplos do que é acabar com o Patrimônio Histórico. Primeiro foi o Teatro ABC bem no centro da cidade, que foi derrubado para dar lugar a uma praça e um bar. O Castelinho que foi demolido para dar lugar a um estacionamento e hoje existem edificações novas no local. O Teatro Estudantil invadido por uma serralheria.
O Prédio do Cine Itabuna foi vendido para ser um templo evangélico, poderia muito bem, ter sido tombado pelo poder público e transformado num teatro municipal bem no coração da cidade. O Espaço Cultural que deveria ser realmente o templo do fazer arte virou Câmara de Vereadores. Recentemente fomos pegos de surpresa com a demolição do prédio do antigo Colégio Divina Providência por onde passaram vários alunos que hoje são profissionais das diversas áreas. A Igreja de Santo Antônio, também antiga, sofreu danos por terem mexido no Colégio Divina que fica aos fundos da Igreja.
Agora foi a vez do Espaço Zélia Lessa situado no prédio da Escola Profissionalizante que sofreu dano do próprio poder público. Na Sala Zélia Lessa, já tive oportunidade de ver vários trabalhos culturais dos nossos artistas.
Quer dizer, o poder público que deveria reestruturar estes espaços para dar bom exemplo à população, é o primeiro a sair por aí derrubando e acabando com tudo. Itabuna é uma cidade centenária, pelo andar da carruagem, com o seu Patrimônio Histórico sendo destruído, as futuras gerações não terão nada para ver como era a composição da cidade antiga, o que é muito lamentável.

Beijo Bandido

           
          Quem foi assistir o Sr. Ney Matogrosso no dia 14 de Maio em Ilhéus no seu show Beijo Bandido saiu satisfeito.  Pelo menos foram os comentários após o espetáculo.
Juro que fiquei impressionado com a performance de palco do cantor. Um verdadeiro profissional que sabe o que faz, apesar de menos debochado e ousado. Seu show foi muito diferente de todos os que já vi, quatro ao todo.
No palco ele se manteve tranquilo, poucos movimentos, deixando a voz ser a estrela. Que voz, heim!
             Ele agora voltou com um repertório apuradíssimo cantando de Herivelto Martins a Cazuza com a mesma naturalidade que abraça Chico Buarque, Roberto Carlos, Astor Piazzola, Vinícius de Moraes, Herbert Vianna e Geraldo Azevedo.
No repertório pérolas como: Tango Pra Tereza,  Da Cor do Pecado, Fascinação, Invento, De Cigarro Em Cigarro, A Bela e a Fera, À Distância, A Cor do Desejo, Nada Por Mim, Segredo,     Medo de Amar, Bicho de Sete Cabeças, As Ilhas, Incinero, Mulher Sem Razão    
O figurino foi um  terno bege, camisa branca, gravatinha azul e sinto prateado, bem diferente da exuberância dos outros shows.  
           A banda que o acompanha é simplesmente sensacional. Leandro Braga (teclados e direção musical), Lui Coimbra (violoncelo e violão), Ricardo Amado (violino, banjo, viola e pandeiro) e Felipe Roseno (percussão) tão afinados que pareciam uma orquestra sinfônica. A iluminação do espetáculo foi um show à parte. Também feita por ele e outro parceiro.
Achei a apresentação curta em torno de uma hora com mais duas músicas extras após o show.
 Outra falha foi ele entrar no palco sem cumprimentar a plateia e não ter dado nem uma palavrinha para o povo. Entrou, cantou e tchau!
Vai entender cabeça de artista.

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A Jaca e a Universidade


* Walmir do Carmo

Fui certa feita, convidado para fazer um
personagem numa montagem teatral promovida entre os muros da UESC.
Neste trabalho, eu era o personagem principal e fazia um trabalhador
rural.
O tema do trabalho era justamente rural. Em
sendo rural, logicamente que montamos o trabalho utilizando os
seguintes adereços: Panacuns (aquele cesto feito de cipó), facão,
foice, podão, coxo para cacau e teve-se a idéia de uma pessoa entrar
com uma jaca na cabeça.
Aí é que deu o maior problema. Uma professora que
prefiro não citar o nome, cujo trabalho era feito com um poema dela
para homenageá-la, disse: Uma Jaca entrar no auditório da UESC? Não!
Não é possível uma coisa dessas. Não fica bem. Isto aqui é uma
universidade e nós já temos o nome de papa jaca. Já imaginou o que não
irão falar?
Todos nós envolvidos no trabalho chamamos a
professora e explicamos que em sendo o trabalho voltado para a zona
rural que a jaca ficaria muito bem. A jaca tem uma relação muito
grande com o trabalhador rural, pois serve de alimento para muita
gente.
Não teve jeito. A professora continuava resistente e aí nós decidimos
em reunião que se a jaca não entrasse em cena que nós não faríamos o
trabalho. Como só faltavam dois dias para a estréia e não tinha como
conseguir outro elenco em cima da hora, a professora então resolveu
aceitar, mas mesmo assim resmungando.
Chegou o dia da apresentação e vem o povo com facão,
com podão, com foice, com coxo, com panacuns e adivinha quem vinha
poderosa na cabeça de uma personagem? A jaca. Na platéia estava a
professora toda emburrada por causa da jaca.
O trabalho foi apresentado, a platéia foi ao delírio e a professora
veio depois pedir desculpas pela sua ignorância.
Nem sempre quem ensina numa instância de curso superior
está totalmente com a cabeça aberta para aceitar o novo.
Lendo um dia desses a polêmica do juiz e do advogado
sobre o nome papa jaca, eu me lembrei deste episódio que não poderia
deixar de relatar.
Viva a jaca!